Dia do Assistente Social é comemorado nesta sexta-feira 15/05/2015 - 09:20

Nesta sexta-feira (15) é comemorado o Dia do Assistente Social. A data é uma homenagem aos profissionais da área que, formados em Serviço Social, trabalham principalmente na defesa dos direitos da população. No Paraná, há 7.149 assistentes sociais ativos, de acordo com o Conselho Regional de Assistência Social (Cress) da 11ª Região.

Desses, 176 integram o quadro funcional do Governo do Estado, como servidores efetivos. Eles trabalham em sete secretarias, principalmente na da Justiça e Cidadania, da Segurança Pública e Administração Penitenciária e do Trabalho e Desenvolvimento Social, e na Emater.

Na Seds, há 44 assistentes sociais atuantes em vários setores, como nos escritórios regionais, que dividem o Estado em 22 regiões e têm a missão de oferecer assistência aos municípios no desenvolvimento da política de assistência social, na Guarda Mirim do Paraná e na sede da pasta, onde trabalham em áreas como gestão do Sistema Único de Assistência Social (Suas), proteção social básica e especial e na garantia de direitos.

EXEMPLO – Maria Irene Schemes faz parte da equipe de assistentes sociais da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social. Ela é uma das assistentes sociais mais antigas no quadro de servidores do Governo do Estado, com 29 anos de trabalho.

Desde fevereiro, presta serviço no Centro de Referência e Atendimento à Mulher em Situação de Violência, espaço estratégico da política de enfrentamento à violência contra as mulheres, que oferece atendimento e acompanhamento psicológico, social, jurídico, orientação e informação às mulheres em situação de violência. No local, conta com a parceria da colega de profissão Deizy Russi. “Atendemos mulheres vitimizadas e fico feliz por fazer o acolhimento e ajudar essas pessoas que buscam apoio e cidadania”, diz.

Maria Irene conta que começou a trabalhar como assistente social em 1986, no Sistema Penitenciário do Estado, onde já estagiava. Seis anos depois, pediu transferência para a Defensoria Pública porque queria saber como atuava um assistente social no setor jurídico. Ali ficou até 2013, quando se afastou por problemas de saúde e depois em licença prêmio, direito dos servidores públicos efetivos.

A um ano da aposentadoria, Maria Irene diz que ainda pretende fazer uma nova pós-graduação na área de terapia comunitária, a segunda de sua carreira.

EXPERIÊNCIA - Com uma experiência de vida que está prestes a ser contada em livro, Maria Irene é catarinense e chegou a Curitiba em 1975. Nascida em Lages, não estranhou o frio da capital paranaense, que, naquele ano, registrou temperaturas baixíssimas e até um dia de nevasca.

Depois de 13 anos morando em um orfanato, veio para Curitiba para ficar com os tios. Pouco tempo depois e com apenas 15 anos de idade, foi parar na Casa da Estudante Universitária de Curitiba (Ceuc), perto da reitoria da UFPR, onde preparava o café da manhã.

Incentivada pelas moradoras, aos 17 anos Maria Irene voltou a estudar. Matriculou-se em um colégio e iniciou o que hoje é o ensino médio. Dali não parou mais. Fez vestibular, passou em duas faculdades. O curso escolhido foi Serviço Social. “Não teria outra profissão. Sempre gostei de ajudar as pessoas e o Serviço Social me oferece essa possibilidade. Gosto de estar com as pessoas e me esforço para fazer meu trabalho da melhor forma possível”, conta.

Depois de 29 anos de profissão, Maria Irene diz que o balanço é positivo. Hoje, além do trabalho, presta serviço voluntário ao Instituto Andres Kasper, que oferece, a 80 crianças do município de Campina Grande do Sul, atividades escolares, educativas e assistenciais, em período integral. Sem marido e filhos, a assistente social diz que cuidar desses pequenos e dos sobrinhos também está entre os prazeres da vida.

IMPORTÂNCIA – A contribuição dos assistentes sociais é fundamental para a aplicação da política de assistência social no Estado. A maioria deles atua diretamente no atendimento à população, principalmente nos Centros de Referência de Assistência Social (Cras) e nos Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas). Atualmente, a rede socioassistencial do Paraná conta 555 Cras e 156 Creas.

São os assistentes sociais que fazem a investigação e a busca dos cidadãos que vivem em situação de vulnerabilidade e os orientam e encaminham para atendimento dentro de suas necessidades. Cabe a esses profissionais também a alimentação dos bancos de dados, como do Censo Suas, que faz monitoramento por meio da coleta de dados da população atendida; e dos programas Bolsa Família e Família Paranaense.

No Paraná, os assistentes sociais desenvolvem ainda um papel importante nos Centros de Socioeducação (Censes) e nas Casas de Semiliberdade, que atendem adolescentes em conflito com a lei.

PROFISSÃO – No Brasil, as primeiras escolas de Serviço Social surgiram no final da década de 1930, mas o reconhecimento da importância da profissão veio apenas 20 anos depois. Sua regulamentação aconteceu, primeiramente, em 1957, e depois de várias mudanças, em 1993.

Além de ter um Código de Ética, a prática profissional é orientada pelos princípios e direitos firmados na Constituição de 1988 e na legislação complementar referente às políticas sociais e aos direitos da população.

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